tag:blogger.com,1999:blog-15655174032612246132024-03-18T20:59:34.246-07:00Arte que Mobiliza a HISTÓRIAAllan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.comBlogger20125tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-58291409888572224052010-09-15T11:53:00.000-07:002010-09-15T12:07:41.377-07:00Guerra Civil Espanhola<div style="text-align: center;"><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/W7REODiVCsQ?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/W7REODiVCsQ?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="480"></embed></object><br /></div><br />A Guerra Civil na Espanha - 1936 - 1939 <table align="right" border="0" cellpadding="2" cellspacing="0"> <tbody><tr> <td><br /></td> </tr> </tbody></table> A Guerra Civil espanhola (1936-39) foi o acontecimento mais traumático que ocorreu antes da 2ª Guerra Mundial. Nela estiveram presentes todos os elementos militares e ideológicos que marcaram o século XX. <p>De um lado se posicionaram as forças do nacionalismo e do fascismo, aliadas as classes e instituições tradicionais da Espanha (O Exército, a Igreja e o Latifúndio) e do outro a Frente Popular que formava o Governo Republicano, representando os sindicatos, os partidos de esquerda e os partidários da democracia.</p><p> Para a Direita espanhola tratava-se de uma Cruzada para livrar o país da influência comunista e da franco-maçonaria e restabelecer os valores da Espanha tradicional, autoritária e católica. Para tanto era preciso esmagar a República, que havia sido proclamada em 1931, com a queda da monarquia. </p><p>Para as Esquerdas era preciso dar um basta ao avanço do fascismo que já havia conquistado Itália (em 1922), a Alemanha (em 1933) e a Áustria (em 1934). Segundo as decisões da Internacional Comunista, de 1935, elas deveriam aproximar-se dos partidos democráticos de classe média e formarem uma Frente Popular para enfrentar a maré de vitorias nazi-fascistas. Desta forma Socialistas, Comunistas (estalinistas e troskistas) Anarquistas e Democratas liberais deveriam unir-se para chegar e inverter a tendência mundial favorável aos regimes direitistas. </p><p>Foi justamente esse conteúdo, de amplo enfrentamento ideológico, que fez com que a Guerra Civil deixasse de ser um acontecimento puramente espanhol para tornar-se numa prova de força entre forças que disputavam a hegemonia do mundo. Nela envolveram-se a Alemanha nazista e a Itália fascista, que apoiavam o golpe do Gen. Franco e a União Soviética que solidarizou-se com o governo Republicano. </p><p> </p><div align="center"><p class="titulo"> <span style="font-weight: bold; font-style: italic;">Antecedentes da guerra </span></p></div><p> </p><p> A Espanha ainda nos 30 era um anacronismo histórico. Enquanto a Europa ocidental já possuía instituições políticas modernas, no mínimo a um século a Espanha era um oásis tradicionalista, governada pela "trindade reacionária"(O Exército, a igreja católica e o Latifúndio), que tinha sua expressão última na monarquia burbônica de Afonso XIII. Vivia nostálgica do seu passado imperial grandioso, ao ponto de manter um excessivo número de generais e oficiais (1 general para cada 100 soldados, o maior percentual do mundo), em relação às suas reais necessidades.</p><p> A igreja, por sua vez, era herdeira do obscurantismo e da intolerância dos tribunais inquisitoriais do santo Oficio, era uma instituição que condenava a modernidade como obra do demônio. E no campo, finalmente, existiam de 2 a 3 milhões de camponeses pobres, los braceros, submetidos às práticas feudais e dominados por uns 50 mil hidalgos, proprietário de metade das terras do país. </p><p>Como resultado da grave crise econômica de 1930 (iniciada pela quebra da bolsa de valores de N. Iorque, em 1929), a ditadura do Gen. Primo de Rivera, apoiada pelo caciquismo (sistema eleitoral viciado que sempre dava seus votos ao governo), foi derrubada e, em seguida, caiu também a monarquia. O Rei Afonso XIII foi obrigado a exilar-se e proclamou-se a República em 1931, chamada de "República de trabajadores". </p><p>A esperança era que doravante a Espanha pudesse alinhar-se com seus vizinhos ocidentais e marchar para uma reforma modernizante que separasse estado e igreja e que introduzisse as grandes conquistas sociais e eleitorais recentes, além de garantir o pluralismo político e partidário e a liberdade de expressão e organização sindical. Mas o país terminou por conhecer um violento enfrentamento de classes, visto que à crise seguida por uma profunda depressão econômica, provocando a frustação generalizada na sociedade espanhola. </p><p> </p><div align="center"><p class="titulo"> <span style="font-style: italic; font-weight: bold;">Os partidos políticos </span></p></div><p> </p><p> As esquerdas, obedecendo a uma determinação do Comintern (a Internacional Comunista controlada pela URSS), resolveram unir-se aos democratas e liberais radicais num Fronte Popular para ascender ao poder por meio de eleições. As esquerdas espanholas estavam divididas em diversos partidos e organizações, entre as quais:</p><p> <table valign="TOP" align="center" border="1" cellpadding="3" cellspacing="3" width="300"> <tbody><tr> <td><span class="texto"><b>PSOE</b> (Partido Socialista Obreiro Espanhol)</span></td> <td align="CENTER"><span class="texto">Socialistas</span></td> </tr> <tr> <td><span class="texto"><b>PCE</b> (Partido Comunista Espanhol)</span></td> <td align="CENTER"><span class="texto">Comunistas</span></td> </tr> <tr> <td><span class="texto"><b>POUM</b> (Partido Obreiro da Unificação Marxista)</span></td> <td align="CENTER"><span class="texto">Comunistas-trotsquistas</span></td> </tr> <tr> <td><span class="texto"><b>UGT</b> (União Geral dos Trabalhadores)</span></td> <td align="CENTER"><span class="texto">Sindical Socialista</span></td> </tr> <tr> <td><span class="texto"><b>CGT</b> (Confederação Geral dos Trabalhadores)</span></td> <td align="CENTER"><span class="texto">Sindical Anarquista</span></td> </tr> <tr> <td><span class="texto"><b>FAI</b> (Federação Anarquista Ibérica)</span></td> <td align="CENTER"><span class="texto">Anarco-Sindicalista</span></td> </tr> </tbody></table><br /><br />Elas aliaram-se com os Republicanos (Ação republicana e Esquerda republicana) e mais alguns partidos autonomistas (Esquerda catalã, os galegos e o Partido Nacional Basco). Essa coligação, venceu as eleições de fevereiro de 1936, dominando 60% das Cortes (O parlamento espanhol), derrotando a Frente Nacional, composta pelos direitistas. </p>A Direita por sua vez estava dividida agrupada na CEDA (Confederação das Direitas autônomas), no partido agrário, nos monarquistas e tradicionalistas (carlistas) e finalmente pelos fascistas da Falange espanhola (liderados por José Antônio).<br /><br />A Guerra Civil na Espanha - O golpe militar e a guerra civil <table align="right" border="0" cellpadding="2" cellspacing="0"> <tbody><tr> <td><br /></td> </tr> </tbody></table> O clima de turbulência interna motivado pela intensificação da luta de classes, especialmente entre anarquistas e falangistas que provocou inúmeros assassinatos políticos contribui para criar uma situação de instabilidade que afetou o prestígio da Frente Popular. Provavelmente as desavenças internas dos integrantes do Fronte Popular mais tarde ou mais cedo fariam com que o governo desandasse. <p>Mas a direta espanhola estava entusiasmada com o sucesso de Hitler (aplastamento das esquerdas na Alemanha, remilitarização da Renânia, etc...) que se somou ao golpe direitista de Dolfuss na Áustria, em 1934. Derrotados nas eleições os direitistas passaram a conspirar com os militares e a contar com o apoio dos regimes fascistas (Portugal, com Oliveira Salazar, Alemanha com Hitler e a Itália de Mussolini). Esperavam que um levante dos quartéis, seguido de um pronunciamento dos generais, derrubariam facilmente a República.</p><p> No dia 18 de julho de 1936, o Gen. Francisco Franco insurge o Exército contra o governo republicano. Ocorre que nas principais cidades, como a capital Madri e Barcelona, a capital da Catalunha, o povo saiu as ruas e impediu o sucesso do golpe. Milícias anarquistas e socialistas foram então formadas para resistir o golpe militar. </p><p>O país em pouco tempo ficou dividido numa área nacionalista, dominado pelas forças do Gen. Franco e numa área republicana, controlada pelos esquerdistas. Nas áreas republicanas ocorreu então uma radical revolução social. As terras foram coletivizadas, as fábricas dominadas pelos sindicatos, assim como os meios de comunicação. Em algumas localidades, os anarquistas chegaram até a abolir o dinheiro. </p><p>Em ambas as zonas matanças eram efetuadas através de fuzilamentos sumários. Padres, militares e proprietários eram as vítimas favoritas dos "incontroláveis", as milícias anarquistas, enquanto que sindicalistas, professores e esquerdistas em geral, eram abatidos pelos militares nacionalistas. </p><p> </p><div align="center"><p class="titulo"> <span style="font-weight: bold; font-style: italic;">A intervenção estrangeira </span></p></div><p> </p><p> Como o golpe não teve o sucesso esperado, o conflito tornou-se uma guerra civil, com manobras militares clássicas. O lado nacionalista de Franco conseguiu imediato apoio dos nazistas (Divisão Condor, responsável pelo bombardeamento de Madri e de Guernica) e dos fascistas italianos (aviação e tropas de infantaria e blindados) enquanto que Stalin enviou material bélico e assessores militares para o lado republicano.</p><p> A pior posição foi tomada pela França e a Inglaterra que optaram pela "Não-Intervenção". Mesmo assim, não foi possível evitar o engajamento de milhares de voluntários esquerdistas e comunistas que vieram de todas as partes (53 nacionalidades) para formar as Brigadas Internacionais (38 mil homens) para lutar pela defesa da República. </p><p> </p><div align="center"><p class="titulo"> <span style="font-style: italic; font-weight: bold;">A crise entre as esquerdas </span></p></div><p> </p> Stalin temia que a revolução social desencadeada pelos anarquistas e trotsquistas pusesse em perigo a defesa da República. Ordenou então que o PC espanhol comandasse a supressão das milícias (que seriam absorvidas por um exército regular) e um expurgo no POUM (uma pequena organização pró-trotsquista). O que foi feito em maio de 1937. Essa divisão íntima das esquerdas, entre pró-revolução e pró-república, debilitou ainda mais as possibilidades defensivas do governo republicano.<br /><br />A Guerra Civil na Espanha - O fim da guerra <table align="right" border="0" cellpadding="2" cellspacing="0"> <tbody><tr> <td><br /></td> </tr> </tbody></table> A superioridade militar do Gen. Franco, a unidade que conseguiu impor sobre as direitas, foi fator decisivo na sua vitória sobre a República. Em 1938 suas forças cortam a Espanha em duas partes, isolando a Catalunha do resto do país. Em janeiro de 1939, as tropas do gen. Franco entram em Barcelona e, no dia 28 de março, Madri se rende aos militares depois de ter resistido a poderosos ataques (aéreos, de blindados e de tropas de infantarias), por quase três anos. As baixas da Guerra Civil oscilam entre 330 a 405 mil mortos, sendo que apenas 1/3 ocorreu na guerra. Meio milhão de prédios foram destruídos parcial ou inteiramente e perdeu-se quase metade do gado espanhol. A renda percapita reduziu-se em 30% e fez com que a Espanha afundasse numa estagnação econômica que se prolongou por quase trinta anos.Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-22581979764165392462010-09-15T11:45:00.000-07:002010-09-15T11:48:13.408-07:00O Bêbado e A Equilibrista - Elis Regina<div style="text-align: center;"><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/6kVBqefGcf4?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/6kVBqefGcf4?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="480"></embed></object><br /></div><br /><span style="font-size:85%;"><strong>O Bêbado e A Equilibrista</strong><br /> (João Bosco / Aldir Blanc – 1979)<br /> Intérprete: Elis Regina</span> <p><span style="font-size:85%;">Caía a tarde feito um viaduto<br /> E um bêbado trajando luto<br /> Me lembrou Carlitos<br /> A lua, tal qual a dona do bordel,<br /> Pedia a cada estrela fria<br /> Um brilho de aluguel<br /> E nuvens, lá no mata-borrão do céu,<br /> Chupavam manchas torturadas, que sufoco!<br /> Louco, o bêbado com chapéu-coco<br /> Fazia irreverências mil pra noite do Brasil.<br /> Meu Brasil.<br /> Que sonha com a volta do irmão do Henfil.<br /> Com tanta gente que partiu num rabo de foguete.<br /> Chora a nossa pátria mãe gentil,<br /> Choram Marias e Clarisses no solo do Brasil.<br /> Mas sei que uma dor assim pungente<br /> Não há de ser inutilmente, a esperança<br /> Dança na corda bamba de sombrinha<br /> E em cada passo dessa linha pode se machucar<br /> Asas, a esperança equilibrista<br /> Sabe que o show de todo artista<br /> Tem que continuar...<br /> <br /> <strong>Histórico:</strong> Composta em 1979, tornou-se um símbolo da luta pela anistia. Pela volta dos exilados e pela abertura política do regime militar. Carlitos, personagem mais famoso de Charles Chaplin, representa a população oprimida, mas que ainda consegue manter o bom humor, denunciava as injustiças sociais de forma inteligente e engraçada. A Equilibrista dançando na corda bamba, de sombrinha, é a esperança de todo um povo.<br />Henrique de Sousa Filho, conhecido como Henfil, foi um cartunista, quadrinista, jornalista e escritor brasileiro. Seu irmão, Herbert José de Sousa, conhecido como Betinho, foi um sociólogo e ativista dos direitos humanos brasileiro; concebeu e dedicou-se ao projeto Ação da Cidadania contra a Miséria e Pela Vida. Com o golpe militar, em 1964, mobilizou-se contra a ditadura, sem nunca esquecer as causas sociais. Mas, com o aumento da repressão, foi obrigado a se exilar no Chile em 1971.</span><br /> <br /> <span style="font-size:85%;">Maria era mãe de Betinho (irmão de Henfil) e <a href="http://www.latinoamericano.jor.br/memoria_viva_clarice.html">Clarice mulher do jornalista assassinado na ditadura Vladimir Herzog</a>. Mas Marias e Clarisses, no plural, fazem referência às mães, talvez irmãs ou mulheres de pessoas que se foram, ou mesmo deixaram o nosso país, lutando por um ideal, um sonho, de ver o Brasil livre para a informação e para a expressão das artes.</span></p>Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-16038670640895777292010-09-15T11:40:00.000-07:002010-09-15T11:45:28.643-07:00Elis Regina<div style="text-align: center;"><img alt="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOKRJlxp61hWQJUVcEf09tafQ0rXdqIV2LutjYzdFzVUU2iM8e4RQKVLAHCxHLA1wRWUD5I8DffLmCGq-vm4I2CcYjrHiMWfRFn32S-RRsKHIABQDgaQBtWdGdaZgjXnRxDH4b2ne6YlU/s400/elis+regina@.jpg" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOKRJlxp61hWQJUVcEf09tafQ0rXdqIV2LutjYzdFzVUU2iM8e4RQKVLAHCxHLA1wRWUD5I8DffLmCGq-vm4I2CcYjrHiMWfRFn32S-RRsKHIABQDgaQBtWdGdaZgjXnRxDH4b2ne6YlU/s400/elis+regina@.jpg" /><br /><br /><br /></div>Elis Regina Carvalho Costa (Porto Alegre, 17 de março de 1945 – São Paulo, 19 de janeiro de 1982) foi uma cantora brasileira. De morte trágica e prematura, deixou vasta e brilhante obra na música popular brasileira. Sua discografia inclui mais de 35 títulos, com grandes destaques como o LP ELIS,1974 considerado por muitos sua melhor obra. Seu bom gosto pela música rende-a a "descoberta" de grandes nomes como Milton Nascimento e Gilberto Gil. Foi apelidada por Vinícius de Moraes de Pimentinha devido ao seu sorriso largo e sua extroversão jovial.Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-74724660754402176822010-09-15T11:36:00.000-07:002010-09-15T11:39:53.752-07:00Caetano Veloso<div style="text-align: center;"><img style="cursor: -moz-zoom-in;" alt="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b1/Caetano_Veloso_at_TIM_Festival.jpg" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b1/Caetano_Veloso_at_TIM_Festival.jpg" height="532" width="354" /><br /></div>Caetano Emanuel Viana Teles Veloso (Santo Amaro da Purificação, 7 de agosto de 1942) é um músico e escritor brasileiro. Considerado um dos melhores compositores do século XX[1], já foi comparado, em termos de relevância para a música pop internacional, a nomes como Bob Dylan, Bob Marley e Lennon/McCartney.<br /><br />Nascido na Bahia, é o quinto dos oito filhos de José Teles Velloso (Seu Zezinho), funcionário público dos Correios falecido em 13 de dezembro de 1983 aos 82 anos, e Claudionor Viana Teles Velloso (Dona Canô), nascida em 16 de setembro de 1907. Casaram-se em 7 de janeiro de 1931.<br /><br />O nome da irmã foi por ele escolhido inspirado em uma canção famosa da época (18 de junho de 1946) na voz do cantor Nélson Gonçalves, Maria Bethânia, do compositor Capiba. Na infância, foi fortemente influenciado por arte, música, desenho e pintura; as maiores influências musicais desta época foram alguns cantores em voga na época, como "o rei do baião" Luiz Gonzaga, e canções de maior apelo regional, como sambas de roda e pontos de macumba. Em 1956 frequentou o auditório da Rádio Nacional, na capital fluminense, que contava com apresentações dos maiores ídolos musicais brasileiros. Em 1960 mudou-se para Salvador, onde aprendeu a tocar violão. Apresentou-se em bares e casas noturnas de espetáculos. Nesta época, o interesse por música se intensificou. Cedo na carreira retirou um "l" de seu nome, optando por Caetano Veloso.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Ditadura militar</span><br /><br />Desde o início da carreira, Veloso sempre demonstrou uma posição política contestadora, sendo até confundido como um militante de esquerda, ganhando por isso a inimizade do regime militar instituído no Brasil em 1964 e cujos governos perduraram até 1985. Por esse motivo, as canções foram frequentemente censuradas neste período, e algumas até banidas. Em 27 de dezembro de 1968, Veloso e o parceiro Gilberto Gil foram presos, acusados de terem desrespeitado o hino nacional e a bandeira brasileira. Foram levados para o quartel do Exército de Marechal Deodoro, no Rio, e tiveram suas cabeças raspadas.<br /><br />Ambos foram soltos em 19 de fevereiro de 1969, quarta-feira de cinzas, e seguiram para Salvador, onde tiveram de se manter em regime de confinamento, sem aparecer nem dar declarações em público. Em julho de 1969, após dois shows de despedida no Teatro Castro Alves, nos dias 20 e 21, Caetano e Gil partiram com suas mulheres, respectivamente as irmãs Dedé e Sandra Gadelha, para o exílio na Inglaterra. O espetáculo, precariamente gravado, se transformou no disco Barra 69, de três anos mais tarde.<br /><br />Antes de partir para o exílio, em abril e maio de 1969, Caetano gravou as bases de voz e violão do próximo disco, Caetano Veloso, que foram mandadas para São Paulo, onde o maestro Rogério Duprat faria os arranjos e dirigiria as gravações do disco, lançado em agosto - um dos únicos que não traz uma foto sua na capa. No repertório, destaque para as canções Atrás do trio elétrico (lançada em novembro em compacto simples com Torno a repetir), Irene feita na cadeia em homenagem à irmã, o grande sucesso Marinheiro só, e regravações de Carolina, de Chico Buarque (regravada muitos anos depois no CD Prenda minha) e o tango argentino Cambalache.<br /><br />A canção Não identificado, desse mesmo disco, foi lançada em novembro em compacto simples, juntamente com Charles anjo 45, de Jorge Ben, em dueto com o próprio. Além disso, também trabalhou como produtor musical, com João Gilberto (João voz e violão), Jorge Mautner (Antimaldito), Gal Costa (Cantar, cujo espetáculo originado deste também foi dirigido por ele) e a irmã Maria Bethânia (Drama - Anjo Exterminado, com faixa-título da autoria), caracterizando-se também por numerosas canções gravadas por outros intérpretes.Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-63445236275522213922010-09-15T10:56:00.000-07:002010-09-15T11:36:04.329-07:00Alegria Alegria - Caetano Veloso<div style="text-align: center;"><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/hmK9GylXRh0?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/hmK9GylXRh0?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="480"></embed></object><br /></div><br /><div><div style="border: medium none ; overflow: hidden; color: rgb(0, 0, 0); background-color: transparent; text-align: left; text-decoration: none;"><div id="cabecalho" class="cor_2"><div style="font-size: 80%;"><h1 id="identificador_musica">Alegria, Alegria</h1></div> <h2>Caetano Veloso</h2><small>Composição: Caetano Veloso</small> </div><div id="div_letra"><p>Caminhando contra o vento<br />Sem lenço e sem documento<br />No sol de quase dezembro<br />Eu vou...</p> <p>O sol se reparte em crimes<br />Espaçonaves, guerrilhas<br />Em cardinales bonitas<br />Eu vou...</p> <p>Em caras de presidentes<br />Em grandes beijos de amor<br />Em dentes, pernas, bandeiras<br />Bomba e Brigitte Bardot...</p> <p>O sol nas bancas de revista<br />Me enche de alegria e preguiça<br />Quem lê tanta notícia<br />Eu vou...</p> <p>Por entre fotos e nomes<br />Os olhos cheios de cores<br />O peito cheio de amores vãos<br />Eu vou<br />Por que não, por que não...</p> <p>Ela pensa em casamento<br />E eu nunca mais fui à escola<br />Sem lenço e sem documento,<br />Eu vou...</p> <p>Eu tomo uma coca-cola<br />Ela pensa em casamento<br />E uma canção me consola<br />Eu vou...</p> <p>Por entre fotos e nomes<br />Sem livros e sem fuzil<br />Sem fome, sem telefone<br />No coração do Brasil...</p> <p>Ela nem sabe até pensei<br />Em cantar na televisão<br />O sol é tão bonito<br />Eu vou...</p> <p>Sem lenço, sem documento<br />Nada no bolso ou nas mãos<br />Eu quero seguir vivendo, amor<br />Eu vou...</p> <p>Por que não, por que não...<br />Por que não, por que não...<br />Por que não, por que não...<br />Por que não, por que não...</p></div><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">ANÁLISE:</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">O SUCESSO DA DÉCADA DE 1960</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">A música <u>Alegria, alegria</u>, de Caetano Veloso é uma dessas canções que se cristalizam no imaginário público como se fosse sem autor definido: de domínio público e, por isso mesmo, eleva o seu compositor à categoria dos grandes autores da música brasileira e, a própria música, à categoria dos clássicos.</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Esta letra em questão funcionou como um dos pontos de partida e até síntese do movimento tropicalista ocorrido principalmente na nossa música durante as décadas de 60 e 70, do século passado. O Tropicalismo, movimento sócio-cultural iniciado a partir de 1967, surgiu principalmente na música, mas acabou influenciando toda a cultura nacional, pois retomava basicamente elementos da Antropofagia, do Modernismo Brasileiro, e outros elementos da contra-cultura, da ironia, rebeldia, anarquismo e humor ou terror anárquico. </p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">A paródia, a crítica à esquerda intelectualizada, a não-aceitação de qualquer forma de censura, a sedução dos meios de comunicação de massa, o retrato da realidade urbana e industrial, a exploração do ser humano, tudo isso, todos esses elementos montado com uma colagem de fragmentos do dia-a-dia nas grandes cidades do país, eram, de fato, os princípios norteadores da arte tropicalista.</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"> </p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">CONTEXTO HISTÓRICO</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">O panorama sócio-histórico da época desta canção era de total arrogância direitista. Estávamos em plena Ditadura Militar, especificamente nos “anos de chumbo”, como era chamado o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici, conhecido como o mais duro e repressivo do período. Nestes anos, a repressão e a luta armada crescem e uma severa política de censura é colocada em execução. Jornais, revistas, livros, peças de teatro, filmes, músicas e outras formas de expressão artística são proibidas.<span style=""> </span>Alguns partidos políticos passaram para a ilegalidade e a UNE (União Nacional dos Estudantes) teve seu prédio incendiado. Muitos professores, intelectuais, artistas, políticos, jornalistas e escritores são investigados, presos, torturados, exilados ou assassinados. </p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">O Regime Militar fora imposto com um grande golpe desde 1964 e, naquele final de década, já havia as revoltas contra esta ditadura. Os estudantes iam às ruas protestar contra um governo ditatorial, que destruía as universidades, deixando-as reféns do sistema de negação do conhecimento, e a população já participava de lutas e passeatas contra o regime militar, mesmo estas sendo proibidas pelos militares.</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">A cultura importada era alienante, por isso, Caetano usa palavras como Brigitte Bardot, Cardinales (em referencia á atriz ítalo-americana Claudia Cardinale) e coca-cola (maior símbolo do império norte-americano, que financiava os exércitos em toda a América Latina).</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Mas, os anos 60 foram a grande década revolucionária: os anos da minissaia, dos hippies, dos homens de cabelos compridos, da pílula anticoncepcional e, consequentemente da revolução feminina e da liberação sexual. Assim como surgiram ídolos impostos e fabricados pela mídia principalmente nos EUA, também surgiram símbolos de uma época que marcaram tanto pela alienação, quanto pela imposição de um comportamento novo ou pela exposição da exploração sofrida pelo ser humano. Neste patamar, aparecem ídolos da cultura pop e líderes sociais e políticos, como os Beatles, Rolling Stones, Jonh Kennedy, Martin Luther King, Fidel Castro e Che Guevara. <span style=""> </span>Também fazem parte deste contexto histórico, a Guerra do Vietnã, a viagem à Lua, feminismo, lutas pelo aborto e pelo divórcio e a prática do amor livre, tendo como expoente principal o festival de Woodstok, que marcou o planeta com o poder de transformação da sociedade pela juventude. No Brasil, era a época dos grandes festivais de música, do ufanismo dos militares e das obras faraônicas erguidas a partir de grandes empréstimos. Os ídolos da música cantavam versões de sucessos norte-americanos ou europeus. Surgia a Jovem Guarda e logo depois a Bossa Nova. A cultura de massa tupiniquim começava a virar produto de exportação.</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"> </p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">A MÚSICA E SUA INTENÇÃO</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Escrita, musicada e interpretada pelo cantor e compositor Caetano Veloso, em novembro de 1967, “Alegria, alegria” ajudou a criar o estilo hoje intitulado de MPB e deslocou a expressão artística musical brasileira para o cenário da crítica social, em um ativismo político sem precedentes na história de outro tipo de arte no mundo. Graças a isso, Caetano Veloso teve grande parte de sua obra censurada pelo regime militar. Chegou a ser preso, junto com seu parceiro musical e amigo, Gilberto Passos Moreira, o Gilberto Gil, também cantor e compositor baiano e atual ministro da cultura do Governo Lula. Os dois artistas ficaram exilados em Londres por quase dois anos. Caetano era classificado para o governo no Brasil como “persona nom gratta”, uma expressão latina que corresponderia a mal-agradecido e, por isso, mal-vindo de volta à pátria. Até 1972, quando ambos voltam do exílio.</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">“Alegria, alegria” chegou a ser tema de novela da Rede Globo (Sem lenço e sem documento, na década de 80), quando o Regime Militar já estava perdendo o seu máximo poder. Na canção, é relatada a opressão sofrida pelo cidadão comum, nas ruas, nos meios de comunicação, em sua cultura nativa, no seu próprio país. A letra denuncia o abuso de poder de forma metafórica “caminhando contra o vento/sem lenço e sem documento”; a violência praticada pelo regime “sem livros e sem fuzil,/ sem fome, sem telefone, no coração do Brasil”; e a precariedade na educação brasileira proporcionada pela ditadura que queria pessoas alienadas: “O sol nas bancas de revista /me enche de alegria e preguiça/quem lê tanta notícia?”. </p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Podemos pegar como exemplo também de formas alienantes, elementos externos à cultura nacional, como alguns símbolos impostos pelo cinema norte-americano que exportava/exporta seus ídolos como: Cardinale, Brigitte Bardot e a coca-cola, principal imposição comercial da mídia na época.</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Para dar exemplos dos desníveis sociais existentes no Brasil e as diferenças regionais, o autor se utiliza de um expediente inovador. Através de comparações aparentemente desconexas e fazendo uso de metáforas, faz a denúncia dos contrastes regionais, sociais ou econômicos, como nos versos: “Eu tomo uma coca-cola,/Ela pensa em casamento”, “Em caras de presidente/em grandes beijos de amor/em dentes, pernas, bandeiras, bomba e Brigitte Bardot.” </p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"> </p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">INTERTEXTUALIDADE</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Ao começar a audição da música ou simplesmente da leitura da letra, é impossível não lembrar dos versos de outra canção dessa época de censura. Trata-se de “Para não dizer que não falei das flores”, do cantor paraibano Geraldo Vandré, também perseguido pelo Governo Militar, que convocava o povo para ir às ruas e lutar contra a ditadura vigente. As duas músicas se iniciam com a palavra “Caminhando” e isso já é um grande motivo para suscitar na população à lembrança da outra. Só depois de Geraldo Vandré ter vencido um grande festival de música com esta canção e, também pelo fato dela ter sido proibida e os discos terem sido destruídos pelo governo, é que Caetano tem sua música Alegria, alegria também proibida. Era comum a destruição ou apreensão de discos ou fitas por parte do governo militar, alguns exemplos são da música Ovelha Negra, de Rita Lee e, mais recentemente, o disco de lançamento da banda de rock carioca Blitz foi censurado em duas faixas, que foram expressamente riscadas dos discos de vinil, em 1981.</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Outro compositor que sofreu muitas perseguições da ditadura foi Chico Buarque, que teve inúmeras músicas censuradas ao longo da carreira. No entanto, o cantor e compositor carioca, amigo e contemporâneo de Caetano Veloso, aprendeu a “driblar” a censura por meio do uso de palavras metafóricas, como na música “Apesar de Você”, gravada primeiramente por Clara Nunes, que criticava o governo ditatorial como se fosse uma relação afetiva entre um homem e uma mulher.</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">“Alegria, alegria” já começa poética desde o título. O que é também característica da obra de Caetano, fazer um certo ritmo nos títulos de suas obras, seja repetindo palavras ou juntando palavras com sons parecidos, produzindo aí uma aliteração. Como nos exemplos: “London, London”, “Podres Poderes”, “Minha Voz, Minha Vida”, “Araçá Azul” ou “Pássaro Proibido”.</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style=""></span> </p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">CAETANO VELOSO</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">O mais ilustre filho de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, filho da centenária Dona Canô, Caetano Emanuel Viana Teles Velloso é um caso à parte na complexa teia de sons e poesias que permeiam a música popular brasileira. Ele tem acesso livre a todas as tribos da música atual, pois viaja por todos os estilos e ritmos, passando facilmente do inovador pop ao incontestável brega, com um forte apelo popular. Ao tempo que dá sempre uma nova leitura às músicas que interpreta, compõe melodias nos mais diversos ritmos, inclusive rock leve ou pesado, samba de raiz, romântico comercial, bossa-nova, baião, axé e outros ritmos regionais. É músico, arranjador, produtor, escritor, cineasta, além de cantor e compositor. Por isso, é considerado um dos grandes intelectuais da contemporaneidade.</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Compositor virtuose de pérolas da música romântica como Você é linda, Quero ficar com você, Nosso Estranho Amor, O Leãozinho e Menino do Rio, também é autor de clássicos da MPB engajada, panfletária ou de desbunde, como: Odara, Sampa, Podres Poderes, Tropicália, Fora da Ordem, Haiti e Língua. Foi interpretado por todas as grandes intérpretes da música brasileira da atualidade, começando pela sua irmã Maria Bethânia, a amiga-irmã Gal Costa, a também conterrânea Simone, Zizi Possi, Elba Ramalho, Elza Soares, Leila Pinheiro, Ângela Ro Ro, Marisa Monte, Adriana Calcanhotto, Daniela Mercury, Fafá de Belém, Cássia Eller, Alcione, Rita Lee, Baby do Brasil, Marina Lima e Beth Carvalho, entre outras. Também teve músicas gravadas por cantores como Milton Nascimento, Chico Buarque, Roberto Carlos, Tom Jobim, Gilberto Gil, João Gilberto, Paulo Ricardo, Emílio Santiago, Jorge Bem Jor e muitos outros grandes artistas da MPB.</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Quase sempre compõe sozinho letra e melodia, mas também fez várias músicas em parceria, principalmente com Gilberto Gil, Chico Buarque, Jorge Mautner, Jorge Bem Jor e Lulu Santos. Atualmente, encontra-se relativamente afastado de estúdios e televisão. No entanto, apresenta shows regularmente por todo o país e no exterior, principalmente nos Estados Unidos e Europa. Tem cerca de duas mil músicas compostas e pelo menos trinta discos lançados, em uma carreira de mais de 40 anos. </p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Caetano também se aventurou na literatura, lançando dois livros autobiográficos em que relata muito da história sócio-cultural do Brasil e, no cinema, produziu um filme que não teve muita aceitação do público. Fez muitas trilhas sonoras tanto para filmes, quanto para produções de TV, novelas e minisséries. </p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Se “Alegria, alegria” não é sua obra mais famosa ou mais lembrada pelos seus fãs, é, pelo menos a mais emblemática de uma época que jamais será esquecida da História do Brasil. E Caetano Veloso foi o grande divulgador deste período de grande revolução popular e de tanta efervescência cultural.</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"> </p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">ANÁLISE ESTILÍSTICA:</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">As figuras de som predominam na letra da música de Caetano Veloso, pois o ritmo é constante, quebrado por palavras e/ou expressões como “eu vou”, no final de cada estrofe. A aliteração está presente tanto na repetição de sons consonantais (consonância) quanto de sons vocálicos (assonâncias), como nos exemplos: “Entre fotos e nomes, sem livros e sem fuzil, sem fone, sem telefone, no coração do Brasil.”: repetição do som do fonema /f/. Nos versos “Caminhando contra o vento, sem lenço sem documento, no sol de quase dezembro”, percebe-se a presença do fonema /k/. Também nos versos “entre fotos e nomes, sem livros e sem fuzil, sem fone, sem telefone, no coração do Brasil”, percebe-se a presença dos sons vocálicos de /em/. O que se repete também nos versos “sem lenço sem documento, no sol de quase dezembro”. </p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">A presença de outras figuras de linguagem também é predominante no poema, principalmente a metáfora, como nos exemplos: “Em Cardinales bonitas” ou “Caminhando contra o vento”, que tem o valor semântico de “nadando contra a corrente”, uma expressão popular que significa “estar contra”, no caso, lutar contra a Ditadura Militar. No contexto do momento histórico vivido pelo autor na época do Regime Militar, a expressão “caminhando contra o vento” vem reforçar a idéia central do texto: ser do contra, lutar contra as forças armadas pelo regime ditatorial, promover a união da população contra o governo imposto de forma indireta e arbitrária. Idéia corroborada pelo descumprimento das regras gramaticais da língua padrão, como no exemplo: “Me enche de alegria...”, em que a frase é iniciada pelo pronome oblíquo ME. </p><span><a style="color: rgb(0, 51, 153);" href="http://www.webartigos.com/articles/17217/1/Analise-Textual-da-Musica-Alegria-Alegria/pagina1.html#ixzz0zanoBrTE"><br /></a></span></div></div>Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-60041445282876316212010-09-15T10:52:00.000-07:002010-09-15T11:52:16.129-07:00Cartomante - Elis Regina<div style="text-align: center;"><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/Sb26YwywOiI?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/Sb26YwywOiI?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="480"></embed></object><br /></div><span style="font-size:85%;"><strong><br /><br />Cartomante</strong><br /> (Ivan Lins / Vitor Martins – 1978)<br /> Intérprete: Elis Regina</span> <p><span style="font-size:85%;">Nos dias de hoje é bom que se proteja<br /> Ofereça a face pra quem quer que seja<br /> Nos dias de hoje esteja tranqüilo<br /> Haja o que houver pense nos seus filhos</span></p> <p><span style="font-size:85%;">Não ande nos bares, esqueça os amigos<br /> Não pare nas praças, não corra perigo<br /> Não fale do medo que temos da vida<br /> Não ponha o dedo na nossa ferida</span></p> <p><span style="font-size:85%;">Nos dias de hoje não lhes dê motivo<br /> Porque na verdade eu te quero vivo<br /> Tenha paciência, Deus está contigo<br /> Deus está conosco até o pescoço</span></p> <p><span style="font-size:85%;">Já está escrito, já está previsto<br /> Por todas as videntes, pelas cartomantes<br /> Tá tudo nas cartas, em todas as estrelas<br /> No jogo dos búzios e nas profecias</span></p> <p><span style="font-size:85%;">Cai o rei de Espadas<br /> Cai o rei de Ouros<br /> Cai o rei de Paus<br /> Cai não fica nada.<br /> <br /> </span><span style="font-size:85%;"><strong>Histórico:</strong> Conforme o próprio Ivan Lins, essa música chamava Está Tudo nas Cartas: “Uma jornalista da revista Veja usou uma declaração do meu parceiro, Vitor Martins, que ele deu em off, e ela publicou. Nessa declaração o Vitor não falava boas coisas sobre o chefe da Censura Federal, mas isso não fazia parte da entrevista. Essa jornalista traiu o Vitor. Ela fez isso com a intenção de prejudicá-lo e fazer sensacionalismo. Eu nem quero falar o nome dela, mas é uma pessoa bastante conhecida aqui em São Paulo. Depois dessa entrevista do Vitor, Está Tudo nas Cartas entrou na lista de “vetada definitivamente” pela censura. Só que a gravação já estava pronta na voz da Elis Regina. Alguém da gravadora Phillips foi à Brasília e conseguiu liberar a música, mas com uma condição: era preciso mexer no título. Mudamos pra Cartomante. A Rosalyn Carter, esposa do presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, recebeu cartas da presidente do comitê feminino dos Direitos Humanos falando sobre os direitos humanos no Brasil. O nome da música Está Tudo nas Cartas ficou parecendo que a gente estava insinuando alguma coisa sobre essas cartas que foram entregues pra Rosalyn. Na época, isso deu uma confusão danada. Misteriosamente, liberaram a música com a condição de alterarmos o título.”.</span></p>Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-45985133739878840622010-09-15T10:38:00.000-07:002010-09-15T10:52:06.555-07:00Apesar de Você - Chico Buarque de Hollanda<div style="text-align: center;"><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/R7xRtSUunEY?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/R7xRtSUunEY?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="480"></embed></object><br /></div><span style="font-size:85%;"><strong><br />Apesar De Você</strong><br /> (Chico Buarque – 1970)<br /> Intérprete: Chico Buarque</span> <p><span style="font-size:85%;">Hoje você é quem manda<br /> Falou, tá falado<br /> Não tem discussão, não.<br /> A minha gente hoje anda<br /> Falando de lado e olhando pro chão.<br /> Viu?<br /> Você que inventou esse Estado<br /> Inventou de inventar<br /> Toda escuridão<br /> Você que inventou o pecado<br /> Esqueceu-se de inventar o perdão.<br /> </span><span style="font-size:85%;">Apesar de você<br /> amanhã há de ser outro dia.<br /> Eu pergunto a você onde vai se esconder<br /> Da enorme euforia?<br /> Como vai proibir<br /> Quando o galo insistir em cantar?<br />Água nova brotando<br /> E a gente se amando sem parar.<br /> </span><span style="font-size:85%;">Quando chegar o momento<br /> Esse meu sofrimento<br /> Vou cobrar com juros. Juro!<br /> Todo esse amor reprimido,<br /> Esse grito contido,<br /> Esse samba no escuro.<br /> </span><span style="font-size:85%;">Você que inventou a tristeza<br /> Ora tenha a fineza<br /> de “desinventar”.<br /> Você vai pagar, e é dobrado,<br /> Cada lágrima rolada<br /> Nesse meu penar.<br /> </span><span style="font-size:85%;">Apesar de você<br /> Amanhã há de ser outro dia.<br /> Ainda pago pra ver<br /> O jardim florescer<br /> Qual você não queria.<br /> </span><span style="font-size:85%;">Você vai se amargar<br /> Vendo o dia raiar<br /> Sem lhe pedir licença.<br /> </span><span style="font-size:85%;">E eu vou morrer de rir<br /> E esse dia há de vir<br /> antes do que você pensa.<br /> Apesar de você<br /> </span><span style="font-size:85%;">Apesar de você<br /> Amanhã há de ser outro dia.<br /> Você vai ter que ver<br /> A manhã renascer<br /> E esbanjar poesia.<br /> </span><span style="font-size:85%;">Como vai se explicar<br /> Vendo o céu clarear, de repente,<br /> Impunemente?<br /> Como vai abafar<br /> Nosso coro a cantar,<br /> Na sua frente.<br /> Apesar de você<br /> </span><span style="font-size:85%;">Apesar de você<br /> Amanhã há de ser outro dia.<br /> Você vai se dar mal, etc e tal<br /> </span><br /> <span style="font-size:85%;"><strong>Histórico:</strong> No mesmo ano em que a seleção brasileira conquistou o tricampeonato mundial, as torturas e desaparecimentos de pessoas contrárias ao regime do general Médici eram constantes. Chico Buarque fez a letra dirigida exatamente à Médici, e enviou aos censores certo de que não passaria. Passou e foi gravada. O compacto atingia a marca de 100 mil quando um jornal insinuou que a música era uma homenagem ao presidente. A gravadora foi invadida e todas as cópias destruídas. Chico foi chamado a um interrogatório para prestar informações e esclarecer que era o “você” mencionado na música. “É uma mulher muito mandona, muito autoritária”, respondeu. A canção só seria regravada em 1978 num álbum que leva o nome do autor da música.</span></p>Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-1987981124885758052010-09-15T10:36:00.000-07:002010-09-15T14:28:10.664-07:00Roberto Carlos<div style="text-align: center;"><img style="cursor: -moz-zoom-in;" alt="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ae/Robertocarlosinicioanos70.jpg" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ae/Robertocarlosinicioanos70.jpg" height="532" width="306" /><br /></div><span style="font-size:130%;"><span style="color: rgb(51, 204, 255);"><br />Roberto Carlos Braga (Cachoeiro de Itapemirim, 19 de abril de 1941), conhecido simplesmente por Roberto Carlos ou ainda Rei Roberto Carlos, é um cantor e compositor brasileiro, sendo um dos principais representantes da Jovem Guarda e o cantor brasileiro que mais vendeu discos, mais de 120 milhões de cópias no mundo inteiro. É frequentemente referenciado no Brasil como "rei", notório ainda por seus grandiosos shows de final de ano e sua aversão pela cor marrom.</span></span>Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-90039505997416060692010-09-15T10:30:00.000-07:002010-09-15T10:52:43.059-07:00Acorda Amor - Chico Buarque de Hollanda<div style="text-align: center;"><object height="385" width="450"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/iMK_Dlah_cY?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/iMK_Dlah_cY?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="450"></embed></object><br /></div><br /><br /><span style="font-size:85%;"><strong><br />Acorda Amor</strong><br />(Julinho de Adelaide / Leonel Paiva - 1974)<br />Intérprete: Chico Buarque</span> <p><span style="font-size:85%;">Acorda amor<br />Eu tive um pesadelo agora<br />Sonhei que tinha gente lá fora<br />Batendo no portão, que aflição<br />Era a dura, numa muito escura viatura<br />minha nossa santa criatura<br />chame, chame, chame, chame o ladrão<br />Acorda amor<br />Não é mais pesadelo nada<br />Tem gente já no vão da escada<br />fazendo confusão, que aflição<br />São os homens, e eu aqui parado de pijama<br />eu não gosto de passar vexame<br />chame, chame, chame, chame o ladrão<br />Se eu demorar uns meses convém às vezes você sofrer<br />Mas depois de um ano eu não vindo<br />Ponha roupa de domingo e pode me esquecer<br />Acorda amor<br />que o bicho é bravo e não sossega<br />se você corre o bicho pega<br />se fica não sei não<br />Atenção, não demora<br />dia desses chega sua hora<br />não discuta à toa, não reclame<br />chame, clame, clame, chame o ladrão<br /></span><br /><span style="font-size:85%;"><strong>Histórico:</strong> Após as canções “Cálice” e “Apesar de Você” terem sido censuradas pelo sistema repressivo, Chico Buarque achou que seria mais difícil conseguir aprovar alguma música sua pelos agentes da censura. Escreveu então “Acorda Amor” com o pseudônimo de Julinho de Adelaide para driblar a censura. Como ele esperava, a música passou. Julinho ainda escreveria mais 2 músicas antes de uma reportagem especial do Jornal do Brasil sobre censura, que denunciou o personagem de Chico. Após esta revelação, os censores passaram a exigir que as músicas enviadas para aprovação deveriam ser acompanhadas de documentos dos compositores.</span></p> <p><span style="font-size:85%;">Acorda Amor é um retrato fiel aos fatos ocorridos no período que teve seu ápice entre 1968 (logo após a decretação do AI-05) e 1976 quando, teoricamente, a tortura já não era mais praticada pelos militares. Diversas pessoas sumiram durante este período após terem sido arrancadas de suas casas a qualquer hora do dia ou da noite, e levadas para DOPS e DOI-CODI´s espalhados pelo Brasil. A falta de confiança era tão grande que as pessoas tinham mais medo dos policiais (que seqüestravam, torturavam, matavam e, muitas vezes sumiam com corpos) do que de ladrões. A ironia do compositor é tão grande que, quando os agentes da repressão chegam a casa chamam-se os ladrões para que sejam socorridos.</span></p>Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-55359493989322401572010-09-15T10:18:00.000-07:002010-09-15T10:52:59.458-07:00O Portão - Roberto Carlos<div style="text-align: center;"><object height="250" width="380"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/ioxYO-4OAfg?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/ioxYO-4OAfg?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="250" width="380"></embed></object><br /></div><br /><div id="cabecalho" class="cor_2"><div style="font-size: 80%;"><h1 id="identificador_musica"><br /></h1><h1 id="identificador_musica">O Portão</h1></div> <h2>Roberto Carlos</h2><small>Composição: Roberto Carlos / Erasmo Carlos</small> </div><p>Eu cheguei em frente ao portão<br />Meu cachorro me sorriu latindo<br />Minhas malas coloquei no chão<br />Eu voltei!...</p> <p>Tudo estava igual<br />Como era antes<br />Quase nada se modificou<br />Acho que só eu mesmo mudei<br />E voltei!...</p> <p>Eu voltei!<br />Agora prá ficar<br />Porque aqui!<br />Aqui é meu lugar<br />Eu voltei pr'as coisas<br />Que eu deixei<br />Eu voltei!...</p> <p>Fui abrindo a porta devagar<br />Mas deixei a luz<br />Entrar primeiro<br />Todo meu passado iluminei<br />E entrei!...</p> <p>Meu retrato ainda na parede<br />Meio amarelado pelo tempo<br />Como a perguntar<br />Por onde andei?<br />E eu falei!...</p> <p>Onde andei!<br />Não deu para ficar<br />Porque aqui!<br />Aqui é meu lugar<br />Eu voltei!<br />Pr'as coisas que eu deixei<br />Eu voltei!...</p> <p>Sem saber depois de tanto tempo<br />Se havia alguém a minha espera<br />Passos indecisos caminhei<br />E parei!...</p> <p>Quando vi que dois braços abertos<br />Me abraçaram como antigamente<br />Tanto quis dizer e não falei<br />E chorei!...</p> <p>Eu voltei!<br />Agora prá ficar<br />Porque aqui!<br />Aqui é o meu lugar<br />Eu voltei!<br />Pr'as coisas que eu deixei<br />Eu voltei!..(2x)</p> Eu parei em frente ao portão<br />Meu cachorro me sorriu latindo!<br /><br /><p style="text-align: justify;">A música brasileira me ignora. O cagaço dos músicos deste país diante do destino certo é tão grande que dá pra contar nos dedos da mão de um presidente ex-metalúrgico as canções que tem a morte como tema principal. “O Portão”, de Roberto Carlos, é exceção à regra. Mesmo sendo uma das músicas mais populares do Rei, pouquíssimos fãs captaram o sentido real de sua letra que narra, muito claramente, uma jornada sobrenatural. </p> <p style="text-align: justify;">A começar pelo primeiro verso de onde foi retirado o nome da obra. </p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"><span style="font-size:9pt;"><em><strong>Eu cheguei em frente ao portão</strong></em></span></p> <p style="text-align: justify;">O estranhamento já começa aqui. Por que, afinal, a música se chama “<em>O Portão</em>” quando o mais correto seria batizá-la de “<em>Eu voltei</em>”, “<em>A Vol</em>ta”, “<em>Retorno</em>”, “<em>Tô de novo no pedaço!</em>”ou algo do tipo? A resposta é tão óbvia que chega a ser insultante. Roberto sabia disso e deixou uma pista já no título. O personagem principal desta música não voltou para casa, ele apenas ACHA que voltou, devido ao mais prosaico dos motivos: ele está MORTO! Sim, trata-se de uma alma penada. O verso seguinte já reforça esta triste constatação. </p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"><span style="font-size:9pt;"><em><strong>Meu cachorro me sorriu latindo</strong></em></span></p> <p style="text-align: justify;">Primeiro, o óbvio: a menos que este seja um dono desnaturado, algo que Roberto Carlos não aceitaria em uma canção sua, para mim está claro que este cara foi para um lugar onde ele NÃO PODERIA levar seu cachorro. Segundo, o menos óbvio: o cachorro sorriu para o nosso personagem, uma pequena licença poética para um provável abanar de rabo, uma reação alegre ao ver o seu dono. O detalhe dissonante é que o cão latiu, o que é curioso, porque normalmente cachorros latem para estranhos. Chegamos, portanto, a um pequeno paradoxo: por que um cachorro reagiria FELIZ a alguém que ele ESTRANHOU? </p> <p style="text-align: justify;">Ora, todo mundo sabe que os animais conseguem enxergar coisas que os limitados olhos humanos jamais vislumbrariam. O que este verso deixa explícito é que este cãozinho está enxergando o ectoplasma esbranquiçado do seu antigo dono parado em frente ao portão. Uma estranha e fantasmagórica presença que confunde a cabeça do pequeno dogue. Afinal este cão deve ter visto o velório na casa, acompanhado o enterro, essas coisas. Pobre animal. </p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"><span style="font-size:9pt;"><em><strong>Minhas malas coloquei no chão </strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"><span style="font-size:9pt;"><em><strong>Eu voltei</strong></em></span></p> <p style="text-align: justify;">Não se deixem ludibriar pelo falso realismo deste verso. Soltar as malas no chão é apenas um simbolismo, o gesto de quem está querendo se livrar de um peso antes de atravessar um portal (notem a similaridade entre portão/portal). Significa que o personagem desencarnado quer deixar para trás a dor que carrega, não quer levar para dentro de seu antigo lar os problemas do mundo dos mortos. Que, acreditem, não são poucos. Trata-se de um mero despiste metafórico, O ÚNICO da canção inteira. Mas ainda assim está totalmente inserido no contexto da canção. </p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"><span style="font-size:9pt;"><em><strong>Tudo estava igual como era antes</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>Quase nada se modificou</strong></em></span></p> <p style="text-align: center;"> <span style="color: rgb(255, 204, 0);font-size:9pt;" ><em><strong>Acho que só eu mesmo mudei e voltei</strong></em></span> <span style="font-size:9pt;"></span></p> <p style="text-align: justify;">O que há de tão diferente nele diante de tudo que o cerca agora? E mais: por que por que ele acha que APENAS ele teria mudado? Ao que parece, esse personagem está morto, mas NÃO SABE que está. Tal como o personagem do Bruce Willis em “O Sexto Sentido”, o sujeito desta canção nega a si mesmo que já virou adubo e quer de volta sua vida de antes. Resumindo: trata-se de um puta dum ENCOSTO! Problemaço cujo refrão deixa mais do que explícito:</p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"><span style="font-size:9pt;"><em><strong>Eu voltei agora pra ficar!</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>Porque aqui, aqui é o meu lugar!</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>Eu voltei pras coisas </strong></em>q<em><strong>ue eu deixei!</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>Eu voltei!</strong></em></span></p> <p style="text-align: justify;">Quem já participou de uma sessão espírita, ou de possessão, sabe como os espíritos podem ser renitentes. Todos eles dizem frases como essas, “eu vou ficar!”, ou “daqui não saio”, ou “deixei minhas coisas aqui”. Trata-se claramente de um espírito perturbado do tipo que não sairá do ambiente nem se fizerem faxina com um buquê de arruda e sal grosso.</p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"><span style="font-size:9pt;"><em><strong>Fui abrindo a porta devagar.</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong></strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"><span style="font-size:9pt;"><em><strong>Mas deixei a luz entrar primeiro</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>Todo meu passado iluminei.</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong></strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"><span style="font-size:9pt;"><em><strong>E entrei.</strong></em></span></p> <p style="text-align: justify;">Que tipo de pessoa chega depois de tanto tempo e vai abrindo a porta devagar sem bater, sem tocar a campainha, sem usar chaves, sem avisar, nem nada? Tudo muito estranho para alguém de carne e osso. Mas nada incomum pra quem já é um gasparzinho faz tempo. Notem o clima da porta se abrindo lentamente, a luz entrando, o mistério… faltou só o ranger de dobradiça para se tornar uma autêntica cena de filme de terror. </p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"><span style="font-size:9pt;"><em><strong>Meu retrato ainda na parede</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>Meio amarelado pelo tempo</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>Como a perguntar por onde andei</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>E eu falei.</strong></em></span></p> <p style="text-align: justify;">Quem, em sã consciência, fala com um retrato? Ora, quem não pode SER OUVIDO POR NINGUÉM, é claro! É a imagem perfeita da solidão de uma alma penada que não tem com quem conversar. Há um leve desespero aqui. Eu aposto que em poucas semanas este espírito se revoltará por não ser ouvido e começará a abrir e fechar armários, derrubar copos, sumir com chaves, aparecer em espelhos pela casa. <em>Poltergeist </em>vai ser pinto perto do que este ectoplasma está prestes a fazer.</p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"><span style="font-size:9pt;"><em><strong>Onde andei não deu para ficar!</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>Porque aqui, aqui é o meu lugar!</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>Eu voltei</strong></em> <em><strong>pras coisas que eu deixei!</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>Eu voltei!</strong></em></span></p> <p style="text-align: justify;">Aqui fica claro que esta alma não gostou do lugar para onde foi. Dá para deduzir que ela não se dirigiu para a luz quando deveria e foi parar no LIMBO, o lugar “onde não deu para ficar”. E, convenhamos, o limbo é um saco. De fato, existem lugares muito melhores, até o inferno é mais divertido, pelo menos lá os bares fecham mais tarde. </p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"><span style="font-size:9pt;"><em><strong>Sem saber depois de tanto tempo</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>Se havia alguém a minha espera</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>Passos indecisos caminhei</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>E parei</strong></em></span></p> <p style="text-align: justify;">Outra atitude estranha para alguém vivo, mas normal para um colega do Pluft. Se ali era a casa dele, como ele não saberia se alguém o espera? O que este verso revela, numa leitura mais atenta, é um ato falho. Este personagem no fundo sabe que NINGUÉM O ESPERA porque ele já tá comendo grama pela raiz há muito tempo. Os passos indecisos revelam a insegurança de quem não tem coragem de enfrentar a verdade. Afinal, quem é vivo sempre aparece e este cara NÃO VAI aparecer. Chegamos então à última e mais polêmica estrofe.</p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"><span style="font-size:9pt;"><em><strong>Quando vi que dois braços abertos</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>Me abraçaram como antigamente</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>Tanto quis dizer e não falei</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"> <span style="font-size:9pt;"><em><strong>E chorei</strong></em></span></p> <p style="text-align: justify;">A estranheza destes versos revela algo muito mais perturbador do que se imagina. Reparem que o “quando vi” marca uma aparição repentina tanto na música quanto para o personagem. Os “braços abertos” surgem do nada, sem dizer olá, como vai, como foi, e o abraçam, caindo de pára-quedas na canção. Pergunto: isto é normal? E por que o personagem não diz de quem são esses braços? Ele apenas se virou e deu de cara com alguém de braços abertos querendo abraçá-lo como antigamente? Que raio é isso? </p> <p style="text-align: justify;">Para mim está claro que estes braços são de outro personagem, uma outra presença dentro da casa. Certamente é algum ESPÍRITO-GUIA que surge do nada, como costumam fazer espíritos-guia, e tenta tirar nosso personagem à força dali. O clima da música é claro: nosso personagem chora e repete o refrão dizendo que “ele voltou e ali é o seu lugar”. Sim, é uma briga. Até o tom da voz de Roberto sobe neste auge da música. Um clímax perfeito. </p> <p style="text-align: justify;">O máximo que este outro espírito consegue, entretanto, é arrastar nosso personagem para fora da casa e deixá-lo outra vez em frente ao portão. Tanto que os dois últimos versos da canção repetem os dois primeiros.</p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"><span style="font-size:9pt;"><em><strong>Eu cheguei em frente ao portão</strong></em></span></p> <p style="text-align: center; color: rgb(255, 204, 0);"><span style="font-size:9pt;"><em><strong>Meu cachorro me sorriu latindo</strong></em></span></p> <p style="text-align: justify;">O que significa que nosso personagem, na maior tradição dos encostos, continuará rondando em volta da casa até entrar novamente, numa eterna danação, ou até que os donos ainda vivos resolvam contratar um padre exorcista ou uma benzedeira. Ele não desistirá. O caso real de <em>Amityville </em>começou assim. Se eu fosse Hollywood compraria esta história.</p>Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-81566500327799808202010-09-15T10:07:00.000-07:002010-09-15T10:15:49.249-07:00Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos - Roberto Carlos<div style="text-align: center;"><object height="250" width="330"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/jZUXxF3C1FI?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/jZUXxF3C1FI?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="250" width="330"></embed></object><br /><br /></div><br /><br />"Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos" é uma canção composta por Roberto Carlos/Erasmo Carlos, em 1971.<br /><br />A letra da canção é uma homenagem a Caetano Veloso feita por Roberto Carlos e Erasmo Carlos, ela foi composta como uma forma de ser solidário ao Caetano, que encontrava-se no exílio, em Londres, para onde fora deportado em 1969 pela Ditadura Militar.<br /><br />Com o amigo em desgraça, resolveu fazer algo para homenageá-lo. Roberto nunca teve problemas com a censura, muito menos com a repressão militar. Então, como fazer um texto que fosse ao mesmo tempo engajado politicamente, e romântico, como sempre foram suas letras? a saída encontrada foi em nenhum momento citar o nome do Caetano, mas enfatizar sua marca registrada naquela época: seus enormes cabelos encaracolados (aliás, até pouco tempo atrás pouquíssimas pessoas tinham conhecimento que a saudosa personagem do poema era o Caetano, e não uma figura feminina, marca registrada do Roberto). A letra é bem simples e não foge às suas características. O legal está justamente no inusitado da coisa; o clima romântico da melodia nos faz imaginar que é a saudade de uma pessoa apaixonada pela ausência da outra, e não o protesto de um amigo solidário. E na estrutura da letra o Roberto procurou colocar justamente aquilo que o Caetano possivelmente mais sentia saudade na fria Londres: o mar da Bahia, o que só ajudou para fixar a marca dos famosos caracóis de Caetano.<br /><br /><div id="cabecalho" class="cor_2"><div style="font-size: 80%;"><h1 id="identificador_musica">Debaixo Dos Caracóis Dos Seus Cabelos</h1></div> <small>Composição: Roberto Carlos</small> </div><p>Um dia a areia branca<br />Seus pés irão tocar<br />E vai molhar seus cabelos<br />A água azul do mar<br />Janelas e portas vão se abrir<br />Pra ver você chegar<br />E ao se sentir em casa<br />Sorrindo vai chorar</p> <p>Debaixo dos caracóis dos seus cabelos<br />Uma história pra contar de um mundo tão distante<br />Debaixo dos caracóis dos seus cabelos<br />Um soluço e a vontade de ficar mais um instante</p> <p>As luzes e o colorido<br />Que você vê agora<br />Nas ruas por onde anda<br />Na casa onde mora<br />Você olha tudo e nada<br />Lhe faz ficar contente<br />Você só deseja agora<br />Voltar pra sua gente</p> <p>Debaixo dos caracóis dos seus cabelos<br />Uma história pra contar de um mundo tão distante<br />Debaixo dos caracóis dos seus cabelos<br />Um soluço e a vontade de ficar mais um instante</p> <p>Você anda pela tarde<br />E o seu olhar tristonho<br />Deixa sangrar no peito<br />Uma saudade, um sonho<br />Um dia vou ver você<br />Chegando num sorriso<br />Pisando a areia branca<br />Que é seu paraíso</p> Debaixo dos caracóis dos seus cabelos<br />Uma história pra contar de um mundo tão distante<br />Debaixo dos caracóis dos seus cabelos<br />Um soluço e a vontade de ficar mais um instanteAllan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-54812058710517156682010-09-15T09:54:00.000-07:002010-09-15T10:05:20.984-07:00Cálice - Chico Buarque de Hollanda<object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/wV4vAtPn5-Q?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/wV4vAtPn5-Q?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="480"></embed></object><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);font-size:130%;" ><br />Foi uma grande música composta contra a ditadura e a censura.<br />Como toda criação artística precisava passar pelo crivo da censura, alguns compositores encontraram um meio de exprimir seus pensamentos através de letras de significado duplo.<br />O cálice, de que Chico fala, na verdade é cale-se. E a música é inteira composta assim. </span><br /><div style="color: rgb(153, 153, 255);" id="cabecalho" class="cor_2"><div style="font-size: 127.7%;"><h1 id="identificador_musica">Cálice</h1></div> <h2>Chico Buarque</h2><small>Composição: Chico Buarque e Gilberto Gil</small> </div><p style="color: rgb(153, 153, 255);">Pai! Afasta de mim esse cálice<br />Pai! Afasta de mim esse cálice<br />Pai! Afasta de mim esse cálice<br />De vinho tinto de sangue...(2x)</p> <p style="color: rgb(153, 153, 255);">Como beber<br />Dessa bebida amarga<br />Tragar a dor<br />Engolir a labuta<br />Mesmo calada a boca<br />Resta o peito<br />Silêncio na cidade<br />Não se escuta<br />De que me vale<br />Ser filho da santa<br />Melhor seria<br />Ser filho da outra<br />Outra realidade<br />Menos morta<br />Tanta mentira<br />Tanta força bruta...</p> <p style="color: rgb(153, 153, 255);">Pai! Afasta de mim esse cálice<br />Pai! Afasta de mim esse cálice<br />Pai! Afasta de mim esse cálice<br />De vinho tinto de sangue...</p> <p style="color: rgb(153, 153, 255);">Como é difícil<br />Acordar calado<br />Se na calada da noite<br />Eu me dano<br />Quero lançar<br />Um grito desumano<br />Que é uma maneira<br />De ser escutado<br />Esse silêncio todo<br />Me atordoa<br />Atordoado<br />Eu permaneço atento<br />Na arquibancada<br />Prá a qualquer momento<br />Ver emergir<br />O monstro da lagoa...</p> <p style="color: rgb(153, 153, 255);">Pai! Afasta de mim esse cálice<br />Pai! Afasta de mim esse cálice<br />Pai! Afasta de mim esse cálice<br />De vinho tinto de sangue...</p> <p style="color: rgb(153, 153, 255);">De muito gorda<br />A porca já não anda<br />(Cálice!)<br />De muito usada<br />A faca já não corta<br />Como é difícil<br />Pai, abrir a porta<br />(Cálice!)<br />Essa palavra<br />Presa na garganta<br />Esse pileque<br />Homérico no mundo<br />De que adianta<br />Ter boa vontade<br />Mesmo calado o peito<br />Resta a cuca<br />Dos bêbados<br />Do centro da cidade...</p> <p style="color: rgb(153, 153, 255);">Pai! Afasta de mim esse cálice<br />Pai! Afasta de mim esse cálice<br />Pai! Afasta de mim esse cálice<br />De vinho tinto de sangue...</p><span style="color: rgb(153, 153, 255);"> Talvez o mundo</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">Não seja pequeno</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">(Cálice!)</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">Nem seja a vida</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">Um fato consumado</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">(Cálice!)</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">Quero inventar</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">O meu próprio pecado</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">(Cálice!)</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">Quero morrer</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">Do meu próprio veneno</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">(Pai! Cálice!)</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">Quero perder de vez</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">Tua cabeça</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">(Cálice!)</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">Minha cabeça</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">Perder teu juízo</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">(Cálice!)</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">Quero cheirar fumaça</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">De óleo diesel</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">(Cálice!)</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">Me embriagar</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">Até que alguém me esqueça</span><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">(Cálice!)</span>Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-24969350121342865522010-09-15T09:50:00.000-07:002010-09-15T09:57:55.333-07:00Chico Buarque de Hollanda<div style="text-align: center;"><img style="cursor: -moz-zoom-in; width: 279px; height: 343px;" alt="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a8/Chico_Buarque.jpg" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a8/Chico_Buarque.jpg" /><br /></div><br />Francisco Buarque de Hollanda (Rio de Janeiro, 19 de junho de 1944), mais conhecido como Chico Buarque ou ainda Chico Buarque de Hollanda, é um músico, dramaturgo e escritor brasileiro.<br /><br />Filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda, iniciou sua carreira na década de 1960, destacando-se em 1966, quando venceu, com a canção A Banda, o Festival de Música Popular Brasileira. Em 1969, com a crescente repressão da ditadura militar no Brasil, se auto-exilou na Itália, tornando-se, ao retornar, um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização do Brasil. Na carreira literária, foi ganhador do Prêmio Jabuti, pelo livro Budapeste, lançado em 2004.<br /><br />Casou-se com e separou-se da atriz Marieta Severo, com quem teve três filhas: Sílvia, que é atriz e casada com Chico Diaz, Helena, casada com o percussionista Carlinhos Brown e Luísa. É irmão das cantoras Miúcha, Ana de Hollanda e Cristina. Ao contrário do que tem sido propagado na internet, Aurélio Buarque era apenas um primo distante do pai de Chico.<br /><br />Chico é filho de Sérgio Buarque de Holanda (1902–1982), um importante historiador e jornalista brasileiro e de Maria Amélia Cesário Alvim(1910-2010), pintora e pianista.<br /><br />Em 1946, passou a morar em São Paulo, onde o pai assumira a direção do Museu do Ipiranga. Sempre revelou interesses pela música – interesse que foi bastante reforçado pela convivência com intelectuais como Vinicius de Moraes e Paulo Vanzolini.<br /><br />Em 1953, Sérgio Buarque de Holanda foi convidado para lecionar na Universidade de Roma, consequentemente, a família muda-se para a Itália. Chico torna-se trilíngue, na escola fala inglês, e nas ruas, italiano. Nessa época, suas primeiras "marchinhas de carnaval" são compostas, e, com as irmãs mais novas, Piiizinha, Cristina e Ana, encenadas.<br /><br />De volta ao Brasil, produz suas primeiras crônicas no jornal Verbômidas, do Colégio Santa Cruz de São Paulo, nome criado por ele. Sua primeira aparição na imprensa não foi cultural, mas policial, publicada, no jornal Última Hora, de São Paulo. Com um amigo, furtou um carro para passear pela madrugada paulista, algo relativamente comum na época. Foi preso. "Pivetes furtaram um carro: presos" foi a manchete no dia seguinte com uma a foto de dois menores com tarjas pretas nos olhos. Chico não pôde mais sair sozinho à noite até que completasse 18 anos.<br /><br /><div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;">A crítica à Ditadura</span><br /></div><br />Ameaçado pelo Regime Militar no Brasil, esteve exilado na Itália em 1969, onde chegou a fazer espetáculos com Toquinho. Nessa época teve suas canções Apesar de você (que dizem ser uma alusão negativa ao presidente Emílio Garrastazu Médici, mas que Chico sustenta ser em referência à situação) e Cálice proibidas pela censura brasileira. Adotou o pseudônimo de Julinho da Adelaide, com o qual compôs apenas três canções: Milagre Brasileiro, Acorda amor e Jorge Maravilha. Na Itália Chico tornou-se amigo do cantor Lucio Dalla, de quem fez a belíssima Minha História, versão em português (1970) da canção Gesù Bambino (título verdadeiro 4 marzo 1943), de Lucio Dalla e Paola Palotino. Em viagem a França, tornou-se amigo de Carlos Bandeirense Mirandópolis inspirando-se em uma de suas composições para criar Samba de Orly.<br /><br />Ao voltar ao Brasil continuou com composições que denunciavam aspectos sociais, econômicos e culturais, como a célebre Construção ou a divertida Partido Alto. Apresentou-se com Caetano Veloso (que também foi exilado, mas na Inglaterra) e Maria Bethânia. Teve outra de suas músicas associada a críticas a um presidente do Brasil. Julinho da Adelaide, aliás, não era só um pseudônimo, mas sim a forma que o compositor encontrou para driblar a censura, então implacável ao perceber seu nome nos créditos de uma música. Para completar a farsa e dar-lhe ares de veracidade, Julinho da Adelaide chegou a ter cédula de identidade e até mesmo a conceder entrevista a um jornal da época.<br /><br />Uma das canções de Chico Buarque que criticam a ditadura é uma carta em forma de música, uma carta musicada que ele fez em homenagem ao Augusto Boal, que vivia no exílio, quando o Brasil ainda vivia sob a ditadura militar.<br /><br />A canção se chama Meu Caro Amigo e foi dirigida a Boal, que na época estava exilado em Lisboa. A canção foi lançada originalmente num disco de título quase igual, chamado Meus Caros Amigos, do ano de 1976.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Nordeste já</span><br /><br />Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We Are the World, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985) abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto de criação coletiva com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-83435458252218828392010-09-15T09:38:00.000-07:002010-09-15T09:41:04.830-07:00Carlos Drummond de Andrade - Notícias de Espanha<span style="font-weight: bold;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 102, 255);">Uma Poesia que Carlos faz em meio dos acontecimentos da Guerra Civil da Espanha, ele protesta tamanha atrocidade ocorrida naquele lugar.</span></span>
<br />
<br />
<br />
<br />Notícias de Espanha</span>
<br />
<br />Aos navios que regressam
<br />marcados de negra viagem,
<br />aos homens que neles voltam
<br />com cicatrizes no corpo
<br />ou de corpo mutilado,
<br />
<br />peço notícias de Espanha.
<br />
<br />Às caixas de ferro e vidro,
<br />às ricas mercadorias,
<br />ao cheiro de mofo e peixe,
<br />às pranchas sempre varridas
<br />de uma água sempre irritada,
<br />
<br />peço notícias de Espanha.
<br />
<br />Às gaivotas que deixaram
<br />pelo ar um risco de gula,
<br />ao sal e ao rumor das conchas,
<br />à espuma fervendo fria,
<br />aos mil objetos do mar,
<br />
<br />peço notícias de Espanha.
<br />
<br />Ninguém as dá. O silêncio
<br />sobe mil braças e fecha-se
<br />entre as substâncias mais duras.
<br />Hirto silêncio de muro,
<br />de pano abafando boca,
<br />
<br />de pedra esmagando ramos,
<br />é seco e sujo silêncio
<br />em que se escuta vazar
<br />como no fundo da mina
<br />um caldo grosso e vermelho.
<br />
<br />Não há notícias de Espanha.
<br />
<br />Ah, se eu tivesse navio!
<br />Ah, se eu soubesse voar!
<br />Mas tenho apenas meu canto,
<br />e que vale um canto? O poeta,
<br />imóvel dentro do verso,
<br />
<br />cansado de vã pergunta,
<br />farto de contemplação,
<br />quisera fazer do poema
<br />não uma flor: uma bomba
<br />e com essa bomba romper
<br />
<br />o muro que envolve Espanha.
<br />
<br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5235939764968580962" style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtrWO460hHlslNo941N7Vjd1ltZIuSooiQ1xvjqspS3o4oJ9p37HoSkpdl0iD-E913XcUTrs60OV4eVnDh7K0toqe7JomMSY4YDq23GTLtPz2_1DaMRVCmvykMKIVaWsYnrBfofm_EDvI/s320/aaaaaaaaaaaaaaaaaaa.jpg" border="0" /></a>Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-87573687787130671842010-09-15T09:35:00.000-07:002010-09-15T09:38:36.387-07:00Carlos Drummond de Andrade<div style="text-align: center;"><img style="cursor: -moz-zoom-in; width: 229px; height: 279px;" alt="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b3/Carlos_Drummond_de_Andrade%2C_kapo.jpg" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b3/Carlos_Drummond_de_Andrade%2C_kapo.jpg" /><br /></div>Nasceu em Minas Gerais, em uma cidade cuja memória viria a permear parte de sua obra, Itabira. Posteriormente, foi estudar em Belo Horizonte e Nova Friburgo com os Jesuítas no colégio Anchieta. Formado em farmácia, com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil. No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema Sentimental é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil", feita no curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas. Bem, durante a maior parte da vida, Drummond foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguindo até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade. Além de poesia, produziu livros infantis,Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-44142643264019146152010-09-15T09:30:00.000-07:002010-09-15T09:35:50.141-07:00Premonição<div style="text-align: center;"><img src="file:///C:/DOCUME%7E1/ALLAND%7E1/CONFIG%7E1/Temp/moz-screenshot-1.png" alt="" /><img src="file:///C:/DOCUME%7E1/ALLAND%7E1/CONFIG%7E1/Temp/moz-screenshot-2.png" alt="" /><img style="cursor: -moz-zoom-in; width: 353px; height: 363px; font-weight: bold;" alt="http://penseverde.files.wordpress.com/2009/12/dali-premonicao.jpg" src="http://penseverde.files.wordpress.com/2009/12/dali-premonicao.jpg" /><br /><span style="font-weight: bold;">Premonição (Salvador Dalí)</span><br /><br /><br /><div style="text-align: left;">O quadro Premonição da Guerra civil, de Salvador Dalí, é utilizado como meio para mostrar os dois pólos da Guerra , de satisfação total e de mutilação, destruição absoluta.<br />Dalí era publicamente contra a guerra, achava-a desnecessária e terrível, e utilizou esta pintura como meio para demonstrar isso. A guerra era, segundo ele, o resultado de diferenças entre homens com ambições assustadoramente bestiais, desmedidas. “A premonição da guerra civil”, de Dalí, baseia-se em dolorosos pensamentos de saudade, de morte, de consciência que a vida.<br />O pequeno homem á esquerda, parado sobre a pesada mão. Este simboliza Anneke e Nikki van Lugo, amigos de infância de Dalí, que tiveram um importante papel na formação da personalidade do pequeno Salvador.<br />Os feijões cozidos podem significar as antigas oferendas catalãs aos deuses. Podem também significar a fome, a ausência de alimento durante a guerra civil espanhola. Provocando assim um significado ainda mais profundo acerca da morte e da vida.<br /><br />.<br />.<br />.<br />.<br />.<br />.<br />.<br />.<br /><br /><p>Defini-se monocultura como uma cultura agrícola de apenas um tipo de produto, sendo esta, uma prática muito danosa ao meio ambiente, se cultivada em grande escala, pois foge dos princípios básicos da ecologia. A natureza ensina-nos demasiadamente sobre como viver em harmonia, e para esta convivialidade em sociedade, dever-se-ia molda-las segundo os ecossistemas naturais. Não obstante, com a prática da monocultura em larga escala estamos rompendo o elo com a teia da vida, que visa o todo e não somente extrair o lucro da natureza.</p> <p> Com o avanço da globalização e a ascensão do livre comércio, gradativamente as empresas multinacionais avançam as fronteiras com suas franquias igualitárias em todos os aspectos, mesmas arquiteturas de arranha-céus, lojas de departamento, shopping center, emancipando-se através de todo o globo, há quem diga que num futuro próximo alcançará outros planetas. Entretanto, essa integração econômica resulta também no domínio cultural das sociedades, tendo vista que vivemos em sociedades heterogêneas existindo assim uma real divergência de valores a serem pensadas e estudadas, mas com a chegada dessas “redes de alienação” as cidades se tornam vitimas do monopólio transnacional.</p> <p>Para criarmos um futuro, sendo o reflexo do que criamos em nossas mentes e aprendemos ao longo do tempo com nossos antepassados, somos dependentes de nossos legados culturais e assim construímos arquétipos, contraditoriamente, as denominadas “redes de alienação” manipulam toda a civilização, fazendo com que nós seres humanos sejamos seres pré-moldados, máquinas de consumir e produzir.</p> <p> Cumpre enfatizar que a mente humana pensa com idéias e não com informações, sendo assim, pode-se haver uma fuga deste alienamento, provinda de nossas escolhas pessoais, mudanças de paradigmas, revertendo esta desordem e voltando a essência de ser pensante. Somos seres dotados da auto-percepção, discernimento do certo e errado, é de nossa natureza viver em mútua cooperação entre todos os seres, sendo que a razão em sua forma mais abstrata, não transcede nossa natureza animal e sim faz uso dela, assim a razão não é uma essência que nos separa dos outros seres vivos, e sim coloca-nos no mesmo nível deles.</p> <p> Faz-se necessário uma visão holística nos dias atuais, devido a conjuntura descrita acima, tendo em mente toda nossa integridade com Gaia e com nossos co-habitantes, dando um fim nesta dicotomia onipresente, redefinindo nossos hábitos de lazer, consumo e convívio com a natureza.</p> Cabe a nós a escolha de retomarmos as formas de expressões culturais em busca de um bem-estar interior e exterior, direcionando nossas ações para longe da alienação.<br /></div></div>Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-49164246454236001532010-09-15T09:21:00.000-07:002010-09-15T09:26:44.993-07:00Salvador Dalí<div style="text-align: center;"><img style="cursor: -moz-zoom-in; width: 267px; height: 355px;" alt="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/27/Salvador_Dali_NYWTS.jpg" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/27/Salvador_Dali_NYWTS.jpg" /><br /></div><span style="font-weight: bold;">Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domènech, 1º Marquês de Dalí de Púbol </span>(Figueres, 11 de Maio de 1904 — Figueres, 23 de Janeiro de 1989), conhecido apenas como Salvador Dalí, foi um importante pintor catalão, conhecido pelo seu trabalho surrealista. O trabalho de Dalí chama a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, oníricas, com excelente qualidade plástica. Dalí foi influenciado pelos mestres do Renascimento. O seu trabalho mais conhecido, A Persistência da Memória, foi concluído em 1931. Salvador Dalí teve também trabalhos artísticos no cinema, escultura, e fotografia. Ele colaborou com a Walt Disney no curta de animação Destino, que foi lançado postumamente em 2003 e, ao lado de Alfred Hitchcock, no filme Spellbound. Também foi autor de poemas dentro da mesma linha surrealista.<br /><br />Dalí insistiu em sua "linhagem árabe", alegando que os seus antepassados eram descendentes de mouros que ocuparam o sul da Espanha por quase 800 anos (711 a 1492), e atribui a isso o seu amor de tudo o que é excessivo e dourado, sua paixão pelo luxo e seu amor oriental por roupas. Tinha uma reconhecida tendência a atitudes e realizações extravagantes destinadas a chamar a atenção, o que por vezes aborrecia aqueles que apreciavam a sua arte. Ao mesmo tempo que incomodava os seus críticos, já que sua forma de estar teatral e excêntrica tendia a eclipsar o seu trabalho artístico.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Biografia</span><br /><br />Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domènech nasceu às 8h45 da manhã de 11 de maio de 1904, no número vinte da carrer (rua) Monturiolin da vila de Figueres, Catalunha, Espanha. Seu irmão mais velho, também chamado Salvador (nascido em 12 de outubro de 1901), havia morrido de gastroenterite, nove meses antes, em 1 de agosto de 1903". Seu pai, Salvador Dalí i Cusí, era um advogado de classe-média, figura popular da cidade e senhor de um caráter irrascível e dominador, sua mãe, Felipa Domenech Ferrés, sempre incentivou os esforços artistícos do filho. Dalí também teve uma irmã, Ana Maria, que era três anos mais nova. Em 1949, ela publicou um livro sobre seu irmão, "Dalí visto por sua irmã".<br /><br />Dalí frequentou a Escola de Desenho Federal, onde iniciou a sua educação artística formal. Em 1916, durante umas férias de verão em Cadaquès, passadas com a família de Ramon Pichot, descobriu a pintura impressionista. Pichot era um artista local que fazia viagens frequentes a Paris. No ano seguinte, o pai de Dalí organizou uma exposição dos desenhos a carvão do filho na sua casa de família. Sua primeira exposição pública ocorreu no Teatro Municipal em Figueres em 1919.<br /><br />Em fevereiro de 1921 sua mãe morreu de cancro da mama. Dalí, então com dezesseis anos de idade, disse depois da morte de sua mãe: "foi o maior golpe que eu havia experimentado em minha vida. Eu a adorava… eu não podia resignar-me a perda de um ser com quem eu contei para tornar invisíveis as inevitáveis manchas da minha alma" Após a morte Felipa Domenech Ferrés, o pai de Dalí casou-se com a irmã de falecida esposa. Dalí não resentiu este casamento, como alguns pensam, pois ele tinha um grande amor e respeito em relação à tia.Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-77028827360017840942010-09-15T09:13:00.000-07:002010-09-15T09:18:39.260-07:00Guernica<div style="text-align: center;"><img src="file:///C:/DOCUME%7E1/ALLAND%7E1/CONFIG%7E1/Temp/moz-screenshot.png" alt="" /><img style="cursor: -moz-zoom-out; width: 406px; height: 234px;" alt="http://www.cursodehistoriadaarte.com.br/wp-content/uploads/Pablo-Picasso-GUERNICA-1937.jpg" src="http://www.cursodehistoriadaarte.com.br/wp-content/uploads/Pablo-Picasso-GUERNICA-1937.jpg" /><br /></div><br />Guernica é um painel pintado por Pablo Picasso em 1937 por ocasião da Exposição Internacional de Paris. Foi exposto no pavilhão da República Espanhola. Medindo 350 por 782 cm, esta tela pintada a óleo é normalmente tratada como representativa do bombardeio sofrido pela cidade espanhola de Guernica em 26 de abril de 1937 por aviões alemães, apoiando o ditador Francisco Franco. Actualmente está no Centro Nacional de Arte Rainha Sofia, em Madrid.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Composição</span><br /><br />A pintura foi feita com o uso das cores preto e branco - algo que demonstrava o sentimento de repúdio do artista ao bombardeio da cidadezinha espanhola. Claramente em estilo cubista, Picasso retrata pessoas, animais e edifícios nascidos pelo intenso bombardeio da força aérea alemã (Luftwaffe), já sob o controle de Hitler, aliado de Francisco Franco.<br /><br />Morando em Paris, o artista soube dos fatos desumanos e brutais através de jornais - e daí supõe-se tenha saído a inspiração para a retratação monocromática do fato.<br /><br />Sua composição retrata as figuras ao estilo dos frisos dos templos gregos, através de um enquadramento triangular das mesmas. O posicionamento diagonal da cabeça feminina, olhando para a esquerda, remete o observador a dirigir também seu olhar da direita para a esquerda, até o lampião trazido ainda aceso sobre um braço decepado e, finalmente, à representação de uma bomba explodindo.<br /><br />Esse quadro foi feito também com o objetivo de passar para os que vissem , o que ele estava sentindo , um vazio por dentro de si , um conflito , uma guerra consigo mesmo buscando resposta pra sua vida amorosa , e toda vez que ele via o quadro , pensava consigo mesmo , será que o meu problema é maior que essa guerra, ou tem mais importância para os outros , e naquele momento ele conseguia esquecer .<br /><span style="font-weight: bold;"><br /><br />Citação</span><br /><div style="text-align: center;"><span style="font-style: italic;">"No, la pintura no está hecha para decorar las habitaciones. Es un instrumento de guerra ofensivo y defensivo contra el enemigo. ("Não, a pintura não está feita para decorar casas. Ela é uma arma de ataque e defesa contra o inimigo.") "</span><br /></div> <br /><div style="text-align: right;"> — Pablo Picasso, sobre Guernica</div>Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-54125576892849286682010-09-15T09:11:00.000-07:002010-09-15T09:13:02.734-07:00Pablo Picasso<strong><span style="font-size: 180%;"></span></strong><br /> Nasceu em Málaga: 25/09/1881<br />Nome completo: Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santíssima Trinidad Ruiz y Picasso.<br /> Ocupação: Pintor,escultor e cerâmico.<br /> É o co-fundador do Cubismo junto com Georges Braque (13/05/1882-31/08/1963).<br />Suas obras na infância representavam cenas de touradas, sua primeira obra feita em óleo sobre madeira se chama O Toureiro.<br />Na adolescência (14 anos) conseguia superar as exigências de uma conceituada academia de arte, inclusive se destacava entre os melhores.<br /><br /> <strong>Picasso em Paris</strong><br /><br />Foi um período de extrema pobreza onde Picasso acabava usando seus quadros como materiais combustível para o aquecimento de seu quarto.<br /> Fase <span style="color: rgb(51, 51, 255);">Azul</span> (1901 á 1905)<br /> Foi a época em que Picasso pintou a morte a solidão e o abandono, após a morte de seu melhor amigo.<br /> Fase <span style="color: rgb(255, 153, 255);">Rosa</span> (1905 á 1906)<br />Quadros que representavam o amor e a alegria que Picasso sentia, em suas obras nesta fase ele representava acrobatas, dançarinos, circenses tudo em tons de rosa e vermelho.<br />Já no Verão de 1906 suas obras entraram em uma nova fase marcada pelas artes gregas, ibérica e africana, era o proto-cubismo (arte que antecedeu o cubismo).<br /> Uma arte que retrata rostos em formas de mascaras.<br /> E em 1968, aos 87 anos, produziu em 7 meses uma série de 347 gravuras.<br /> Anos mais tarde uma operação de próstata e da vesícula, além da sua visão deficiente, põe fim a suas atividades.<br /> Pablo Picasso morre em 8 de abril de 1973 em Nougins, na França com 97 anos de idade.<br /><br /> <strong> Curiosidades</strong><br /><br /> Uma de suas grandes obras foi a Guerniça, que pintou durante a 2ª Guerra Mundial.<br />Os biógrafos de Pablo Picasso afirmam que, ao nascer, ele foi considerado um natimorto. Após sair do ventre da mãe, o bebê não apresentou sinais de respiração ou de batimentos cardíacos. Um tio, o médico Salvador Ruiz Blasco, tentou reanimar a criança e baforou a fumaça de seu charuto sobre o rosto dela. Para surpresa de todos o recém-nascido reagiu e começou a chorar.<br />O choque emocional provocado pelo suicídio de um amigo, o pintor Carlos Casagemas, em 1901, por causa de uma desilusão amorosa, é considerado um dos motivos que desencadearam a melancólica "fase azul" de Pablo Picasso. Casagemas havia sido rejeitado por uma jovem chamada Germaine, que havia posado para alguns quadros de Picasso. Após a morte do amigo, Picasso pintou várias obras em homenagem a Casagemas.<br /><br />No início da carreira, quando ainda dividia um pequeno quarto com o poeta e jornalista Max Jacob em Paris, Pablo Picasso passou por muitas privações. Durante um inverno mais rigoroso, para escapar do frio, foi obrigado a queimar alguns de seus desenhos para manter o cubículo aquecido.<br /><br />Uma das obras mais célebres de Picasso, o mural "Guernica", foi encomendada pelo governo espanhol para o pavilhão daquele país na Exposição Internacional de Paris, em 1937. As imagens dramáticas que concebeu retratam o bombardeio dos aliados nazistas de Ferdinando Franco sobre a cidade espanhola de Guernica, durante a Guerra Civil Espanhola, que precedeu à Segunda Guerra Mundial. Consta que, quando da ocupação nazista na França, o embaixador alemão teria perguntado com desdém a Picasso, diante de uma foto de "Guernica": "Foi o senhor que fez isso?". Ao que Picasso teria respondido: "Não, foram vocês".<br /><br />Não foram poucos os críticos e historiadores da arte que tentaram estabelecer relações entre a fase cubista de Picasso e a Teoria da Relatividade de Albert Einstein. Segundo defendem os adeptos da tese, as experiências estéticas do cubismo, sobretudo aquelas relacionadas à exploração do espaço e do tempo, teriam sido influenciadas pelas pesquisas científicas de Einstein. Ao representar objetos e rostos humanos de frente e de perfil ao mesmo tempo, por exemplo, Picasso estaria trabalhando o conceito de quarta dimensão e da simultaneidade, corroborando a teoria relativista de Einstein, segundo a qual o tempo não pode ser encarado como um fluxo, mas como uma faceta da realidade.Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1565517403261224613.post-12534755055178620852010-09-15T09:10:00.000-07:002010-09-15T09:11:07.574-07:00Introdução<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--> <p style="font-weight: bold; color: rgb(255, 0, 0);" class="MsoNormal"><span style="font-size:180%;">Arte que Mobilizou a História.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:130%;">Isso é um assunto que sempre houve nos decorreres do tempo. Sempre houve um artista que teve a idéia de protestar diversas situações por meio da sua arte que varia desde músicas, poesias, pinturas e até mesmo esculturas. Por meio desse trabalho foram registrados grandes assuntos história dentre eles a obra <i style="">Guernica </i>de <i style="">Picasso, </i>que fala sobre “<span style="color: rgb(51, 102, 255);">A Guerra Civil Espanhol</span>a”. Como vimos sempre tem um artista que usa por meio da sua arte protestar ou mostrar de uma forma complexa um acontecimento histórico. Temos alguns períodos desse tipo de arte que foram como, por exemplo, o temos alguns períodos desse tipo de arte que foram como, por exemplo, o <i style="">Renascimento e o Barroco</i>. </span></p>Allan Dieguhhttp://www.blogger.com/profile/13606504678675062168noreply@blogger.com0